quinta-feira, 14 de junho de 2012

Relatório final


  Relatório final

         No fim do dia de hoje 11/06/12 depois de enfrentar atropelos, dificuldades com o tempo curto, achei-me aqui explicando para minhas colegas de trabalho meu projeto interdisciplinar.

         Da primeira ideia, do primeiro bosqueijo, as primeiras leituras realizadas, das muitas correções feitas em meu projeto, muito mudou até hoje.

         A minha pretensão inicial era trabalhar o livro de Mário Quintana Lili inventa o mundo, com as tecnicas da papietagem e arte francesa. Pensei que seria fácil trabalhar com alunos do sexto ano e que seria moleza. Logo percebi que apesar de ser algo que me deleito não seria possivel desenvolver as duas tecnicas nesse projeto.

          Percebi que o tema teria de ser enxugado. Então me concentrei na papietagem.

         O meu objetivo maior, ao trabalhar com a papietagem era mostrar a todos que esta prática pode ser arte, visto que tudo é arte apesar de alguns críticos chamarem esse tipo de arte de arte menor.

         Busquei referências e vi-me face à primeira dificuldade: não encontrava referenciais teóricos nos quais pudesse embasar minhas pesquisas.

         Li, pesquisei, busquei e encontrei dois artistas que praticaram uma forma de papietagem – George Braque e Pablo Picasso, são maneiras diferentes da mesma técnica, percebi a evolução da mesma, pois faço de uma maneira mais moderna que as duas observadas.  

         Nessas buscas, outros caminhos foram-se abrindo a mim, ainda bem, porque cheguei ao ponto de pensar em desistir de tudo e começar do zero com outra técnica e assunto: pensei em criar um gancho com a leitura e interpretação dos poemas de Mario Quintana, cujas obras aprecio bastante.

         Pensei, então, que a técnica da papietagem poderia ser usada para a criação de esculturas por parte dos alunos dos 6ºs anos do Centro de Ensino Fundamental 03 de Planaltina, escola na qual trabalho, sendo estas esculturas a releitura dos poemas contidos no livro “Lili inventa um mundo”.

         Fiz e refiz incansáveis vezes o projeto e, no entanto, ainda faltava algo: embasamento teórico – algo no qual os alunos pudessem se espelhar para a realização de suas atividades de confecção das esculturas.

         Adquiri o livro de poemas “Lili inventa o mundo”, tirei cópias para os alunos, tinha segurança do que gostaria de desenvolver. Consegui isso graças ao incentivo de minha tutora Daniela, a qual indicou-me firmar e perseverar na minha pesquisa. Pesquisei obras dos artistas escolhidos que, a meu ver se encaixavam com a mesma ideia da papietagem: construção, montagem através da colagem e recolagem de papel, partindo do simples para a produção de algo mais complexo.

         Pesquisei sobre os artistas e me surpreendi com todas as fases de suas vidas - incrivelmente passaram por guerras e movimentos culturais nas quais foram influenciados até o ponto de montarem parceria. Encantei-me pelas obras de George Braque: Still Life, 1914, técnica Colagem de cortes variados de aquarelas, carvão, grafite e óleo, Still Life, 1914, Gênero cubismo sintético, técnica: colagem, carvão, guache, Material: papelão e pelas obras de Picasso que foi uma guitarra feita com colagem de papelão e A Femme aux feuilles, Mulher com folha,Composta de uma modelagem com folhas e papel gofrado, de rosto retangular, e folhas modeladas em seus braços de1943 .

         Então, pensei que o projeto basear-se-ia nesses três eixos: leitura e interpretação dos poemas de Quintana, estudo das obras de Braque e Picasso e confecção das esculturas utilizando a papietagem interpretando os poemas face às obras analisadas.

         Creio que era o que me faltava para encerrar as ideias do projeto que desenvolvo. Embora o mesmo ainda seja um esboço e que saiba que ainda há muito a ser aprimorado, percebo que um longo caminho foi percorrido.

         Infelizmente não pude finalizar a aplicação do projeto com alunos devido à falta de tempo disponível pelo cronograma da disciplina. Vou fazê-lo em agosto, pois entramos no período de avaliações e tornou-se inviável a finalização. Coloquei-o, no entanto, para aval do grupo de professores, coordenadores e direção da escola no qual o mesmo será aplicado para saber de sua validade e buscar sugestões de aprimoramento do mesmo. Foi uma conversa interessante, no momento dedicado à coordenação pedagógica geral. Expus-lhes os princípios que fundamentam meus pensamentos, relatei-lhes a experiência com o mesmo até o momento, mostrei-lhes exemplos de trabalhos que podem ser feitos utilizando a papietagem, listei e apresentei os materiais que estavam sendo utilizados na realização das esculturas propostas, li alguns poemas de Mario Quintana, projetei-lhes os vídeos apresentados por mim para fundamentar o assunto, enfim, mostrei-lhes tudo o que fora desenvolvido por mim até o momento.

         Da experiência, valeram-me o desempenho e boa vontade de meus alunos e colegas que me deram a maior força para realisa-lo. Os alunos relataram-me que se divertiram bastante com o trabalho, e que mudou a vida deles, nunca pensaram que seriam capazes de realisar tal feito. A auto estima foi elevada e a sensação de poder de criação foi algo que eles experimentaram. No início quando viram a proposta, disseram que era impossivel, e aos poucos quando desenvolviam as atividades eles viram que era realisável. Sentiram como se fossem artistas, sonharam com uma exposição onde as perguntas seriam respondidas por eles e quem sabe até ensinar a alguém a ganhar a vida com esse tipo de arte. Estamos esperando para a parte de acabamento e exposição das peças.










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